JesusAllan Kardec   Chico Xavier  Zélio de Morais  Ramatis  Madre Tereza   Gandhi  Padre Cícero
A meu ver o movimento de Umbanda no Brasil está igualmente ligado ao Espírito de amor do cristianismo. Sem conhecimento de alicerces umbandísticos para formar uma opinião específica eu prefiro acreditar que todos os umbandistas são também grandes cristãos construindo a grandeza da solidariedade cristã no Brasil para a felicidade do mundo.Chico Xavier ."

quimbanda

Este é um outro texto sobre quimbanda

A Quimbanda não é simplesmente mais uma linha, dentre os cultos de matriz africana. Além das influências Bantu, Nagô e Yorubá. A Quimbanda traz incorporada, à sua ritualística,  uma forte influência ligada a vários aspectos das religiões nativas da América Latina, Católica, e Correntes Orientais derivadas. A Quimbanda pode ser identificada em elementos encontrados nos sistemas religiosos ancestrais, que passam pela alquimia e chegam até o espiritismo moderno. Penetra a natureza da realidade místicia, das ciências ocultas, espalhando sua raiz no solo primordial, no âmago da natureza fundamental da realidade.



O sincretismo entre Exu e o diabo realmente existe na Quimbanda, salvaguardando várias confusões; ao verificar que atualmente muitas pessoas pensam que a Quimbanda é um culto satanista, tendo aquele sentimento de dualidade aonde as pessoas vêem o bem e o mal em luta eterna - confundindo a infame figura do diabo - com tudo de ruim. Segundo conta a tradição oral, descrita inclusive em passagens bíblicas, o diabo foi vencido por Deus. É o Criador quem determina o espectro e a liberdade das ações de qualquer Orixá, isso desde o princípio dos tempos. O conceito de polaridades - positiva e negativa - não se encaixa, é peça do plano material. 'No início tudo eram trevas, Deus andou sobre as águas e disse: Faça-se a Luz'. Ele não criou uma corrente negativa e outra positiva antes de fazer a Luz brilhar, essa Luz que Deus criou é energia pura, energia espiritual pura.
Como disse o sábio preto velho Pai Maneco, falando da importância dos Exus, apontou uma lâmpada e disse: “Aquela é resultado do perfeito encontro entre o positivo e o negativo”.Subentende-se que a Luz é Exu, que Exu é a Quimbanda, a Quimbanda é a Luz que ilumina as trevas.
Exu de Quimbanda vem na mesma vibratória cósmica originaria do Orixá Exú, não como um Orixá menor da cultura Yorubá, más como o Exú de Quimbanda. Nos Terreiros seus médiuns, ao os incorporam durante o culto, conscientemente ou não, ficam sabendo que são almas, eguns, espíritos iguais ao seu ou meu espírito, almas de alguém que já andou entre nós, aqui mesmo no plano material, e agora trabalha como mensageiro dos Orixás. Também são conhecidos como Espíritos que trabalham na esquerda, espíritos que alcançaram a iluminação na Quimbanda e optaram por trabalhar nas linhas de Exu.
Isto também ocorre na Umbanda, nas linhas de cada Orixá, por exemplo como na linha de Ogum, onde trabalham Espíritos de índios e negros - escravos africanos trazidos ao Brasil nos tempos do império - que em vida foram guerreiros, usaram espada, e, de alguma forma, pertenceram a um culto afro descendente. Como sabemos, Seu Ogum Sete Espadas, ou também - por exemplo - seo Ogum Sete Ponteiras do Mar, não são o mesmo que o Orixá maior Ogum, entretanto compartilham de seu poder.
Os Espíritos, Exus, com os quais estamos tratando tiveram em sua maioria encarnações aqui na Terra, em finais do século XIX e princípios a meados do século XX, daí vêm as suas vestimentas e a forma de seu comportamento. São espíritos que vão desde pessoas do povo até aristocratas, cientistas e sacerdotes.
Ainda na questão do sincretismo creio ser importante frisar que os autores, que até hoje discorreram sobre o assunto, usaram um organograma básico. Através deste organograma nos é apresentada aquela que muitos pensam ser a verdadeira organização hierárquica da Quimbanda, mas isso varia de culto pra culto, de Terreiro pra Terreiro, de médium pra médium. A energia de Exu se mescla a da alma que trabalha em sua linha, e junta com a alma do aparelho mediúnico formam uma terceira energia. A parte informacional que acompanha o elemento etérico - informação nunca se perde - pode ser somente a cópia de um livro antigo, de evocação e cultos diabólicos da cultura ocidental que fala sobre os demônios, suas hierarquias e poderes. Os espíritos de Quimbanda trazem informação com  influencias que podem ser encontradas vária das páginas escritas nos antigos tratados der magia, buscando respostas no trabalho com os consulentes, encontrando soluções durante este amistoso processo de troca.
Considerando que considerável parte destes livros já existiam muito antes do descobrimento do Brasil, e levando em conta que a Quimbanda, como a conhecemos popularmente, é uma religião brasileira, afirmo que é errado basear-se nestes organogramas arcaicos. Entretanto como base, para estudarmos o assunto, não devemos esquecê-los e sim estudá-los, pois os Exus, como nós, tiveram já várias encarnações e com o mesmo objetivo - comum a todos - que é a evolução. Alguns destes nossos compadres, inclusive, tiveram encarnação nos primórdios da nossa civilização. Gosto de citar o como exemplo a história de Exu Tata Caveira, que foi um Sacerdote no Egito antigo; ou inda mais longe Exu Caveira, que há 30.000 anos atrás era um  bruxo e curandeiro nômade. Outrora, em algum momento da linha do tempo, estes Espíritos já trabalharam no plano astral, nesta mesma corrente astral de Quimbanda, e alguns até ajudaram a escrever os tratados da antiguidade.
Exu, quando presta caridade também evolui. Quando incorporam e dão consultas, realizam trabalhos, além de estarem nos ajudando, os estamos ajudando também, a atingirem um grau maior de evolução. Pode-se dizer que eles aprendem conosco ao mesmo tempo que aprendemos com eles. Sobem ao passo que subimos. Evoluem de acordo com nossa evolução.

Umbanda não existe sem Quimbanda, como a árvore não vive sem a copa ou sem a raiz, sem Exu não se faz nada. Com base prática, em estudos de Quimbanda, podemos afirmar que o culto como o conhecemos é o mesmo. Encontramos suas características básicas na maior parte dos Terreiros de Umbanda do Brasil. Os centros de Umbanda fazem seus trabalhos na Quimbanda para manter a ordem natural das coisas, o equilíbrio nos trabalhos, para isto cultua-se as Sete Linhas da Umbanda e as Sete Linhas da Quimbanda.
Feita esta consideração preliminar, tenho fé, que de uma forma mais ampla, e, que leve a implementar os atuais conhecimentos sobre os Exus; Quimbanda não é sinônimo de satanismo, e de forma alguma - que seja desvencilhada de preconceitos - pode ser ligada a obscuridade. Trevas é apenas um termo usado no Espiritismo. Raízes nunca vêem a luz do Sol, mas produzem a seiva que sobre pelo caule para alimentar a copa e manter a árvore viva. A copa produz os frutos e as sementes, que caem e apodrecem para poder formar novas árvores, fincando antes sua raiz no solo. 
Ser de Quimbanda é uma forma de estar na vanguarda do Espiritismo, trabalhando a espiritualidade e a magia como um todo. Mais do que uma corrente a Quimbanda é uma ferramenta que produz correntes, destinada à evolução espiritual. Sua magia se faz através do poder e dos conselhos destes nossos guias protetores, os Exus, que tanto nos auxiliam nas horas de aflição.
Prática do mal ou do bem
Embora não devamos julgar sabemos sim que lamentavelmente existem pessoas inescrupulosas e de má índole, agindo de má fé, que usam a o sagrado nome da Quimbanda para a prática do mal. Esta deturpação, este distúrbio na força, é derivado exclusivamente do homem, da mulher, de desejos e pensamentos gananciosos, perversos, ignorantes e mesquinhos. O mal não parte das entidades que estão ali para trabalhar, para ajudar, para o 'bem', em cumprimento da vontade e da Lei Divina.
É, no mínimo equivocado, culpar o veneno por matar, quando sim, quem mata é aquele que o utiliza como arma. Culpar Exu por fazer o que lhe é pedido e culpar a natureza, atribuir o dano a quem se aproveita da energia impregnada por este contato espiritual, e da magia, para pedir praticar mal, não quer dizer que seja Exu que faz este mal. O mal é o que sai da boca do homem e da mulher, não o que sai da boca dos espíritos de Quimbanda. Nunca podemos esquecer a imutável Lei do Retorno: tudo o que você fizer irá voltar pra você. Tudo o que está em cima é o que está embaixo, tudo que sobre, um dia desce.
Não existe bem e mal, existe sim o que é ético e o que não é ético. Ética é o que aquele ou aquela pessoa é consigo mesma, seja na presença de outrem ou a sós consigo próprios. A ética não admite coerção, não é flexível, é rígida como o cajado, o ponteiro, ou o tridente de Exu. Ou se é ético(a), ou se tem ética, ou não. Tudo que não é ético é vício.

Macumba


Existe muita confusão a respeito do termo Macumba e acho importante esclarecer isto, este nome deriva do Banto “ma-quiumba” que quer dizer espíritos da noite, também este nome era usado no sul do país para definir mulheres negras no tempo da escravidão, por isso o uso do nome ainda hoje é usado de forma preconceituosa por pessoas ignorantes a respeito do assunto.
A Macumba pelo que sabemos é o mais primitivo culto sincretista do Brasil, tendo sua origem no Sul, dada a maior predominância da nação Banto na Região. É da nação  Banto que descende a maior parte dos cultos afro-brasileiros, com fortes influências na Igreja Católica, mesclados com elementos indígenas e das nações da Guiné, Congo, Angola e Nagô.
A principal razão do culto ser denominado como Macumba foi justamente por motivo de os rituais serem realizados durante a noite, principalmente em razão dos trabalhos serem feitos com Eguns, e, também, porque durante o dia os negros trabalhavam sem descanso. Em parte, é esta a origem da infeliz interpretação, do ritual, pelos leigos.
Os negros que praticavam a Maquiumba ou, como ficou conhecida, Macumba, eram, em razão de sua fé, geralmente menosprezados, perjurados e mal interpretados pelos burgueses que os escravizavam. A Igreja também condenava estes cultos, com influências indígenas ou africanas, eram 'coisa do diabo', dizendo que praticavam beberagens e até orgias. Sim, é verdade que as entidades bebem e pitam (fumam) e que as curimbas, danças, as vezes são bastante sensuais, mas venhamos e convenhamos que entre dança sensual e orgia, ou entre tomar uns tragos e a beberagem, há uma grande distância.
Quando os grupos de nações começaram a procurar valorizar mais a sua natureza e identidade cultural é que a Macumba se dividiu; surgiu então o Candomblé de Angola, o Candomblé do Congo, o Candomblé de Caboclo - ou dos Encantados - e o Catimbó. No final do século XIX surgiu a Macumba Urbana, que tinha participação de brancos pobres e descendentes de escravos. Mais recentemente, no inicio do século XX, surgiram a Umbanda e a Quimbanda, então com uma forte influência do Espiritismo, agregado ao sincretismo religioso.
Conclusão
A formação da Quimbanda teve uma forte influência dos escravos e índios, que sincretizaram Exu com o Diabo, por este ser “inimigo dos brancos”, dos burgueses; e por não aceitarem os Santos Católicos, identificando-se assim mais uma vez com o Diabo. Com o advento da Umbanda começou o trabalho de Quimbanda em Terreiros de Umbanda o que deu sustentação firme aos trabalhos, formou o equilíbrio, assim então tomou forma e conteúdo o atual culto da Quimbanda.


Na verdade pode-se dizer que a Quimbanda, como a conhecemos atualmente, nasceu juntamente com a Umbanda em 15 de novembro de 1908. Uma Linha completa o outra formando esta força que nos da vida e este reino cheio de Luz, sendo que para haver luz precisamos de um pólo positivo e outro negativo.
A Quimbanda esta organizada hierarquicamente em sete grandes reinos, as Sete Linhas da Quimbanda, sendo que na Quimbanda também é Oxalá quem manda, o Sr. Omolu é o Rei - coroado por Oxalá - é seu Omolú quem delega os poderes aos Exus Chefes de Falange. É bastante diversa a compreensão das 7 Linhas da Quimbanda - não há uma decodificação definitiva da Quimbanda - bem como concordância comum, entre os terreiros, de seus respectivos chefes, entretanto, no meu entendimento, através da prática, considero em meus trabalhos os seguintes Exus Guardiões como principais nas seguintes linhas:
1.    Linha das Encruzilhadas: Exu Tiriri
2.    Linha dos Cruzeiros: Exu Meia Noite
3.    Linha das Matas: Exu Arranca Toco
4.    Linha da Calunga Pequena (cemitérios): Exu Caveira 
5.    Linha das Almas: Exu Tranca Ruas das Almas
6.    Linha da Lira: Exu Sete Liras
        7.   Linha da Calunga Grande (praia): Exu do Lodo


Quando Exu, qualquer um Deles, estiver incorporado no Pai de Santo, no dirigente dos trabalhos, Ele esta trabalhando com a Coroa. Por este motivo, independente da hierarquia proposta acima ou de outro entendimento que se faça, Exu que trabalha com a coroa é o Chefe da Gira de Quimbanda, tendo liberdade de movimento entre os Reinos, através do contato com os outros Exus presentes no trabalho. Exu e Pomba-gira não competem uns com os outros, colaboram, compartilham, trabalham em grupo.